Banda NX Zero. Pela primeira e última vez.

Ainda lembro dos meus ídolos da música de quando era moleque, lá pelos anos 80. Gostava de imitar o jeito de se vestir, repetia as frases, opiniões, os mesmos comportamentos. De caras como Renato Russo eu bradava aos quatro-ventos as mesmas frases melosas de amor ao próximo como se o amanhã não existisse. O Paulo Ricardo me deixou com cabelos enormes, estilo sertanejo. E até hoje odeio química.

Ídolos de adolescentes têm um responsabilidade féladapucta. Formam opiniões, comportamentos. Aqueles que percebem isso duram (e faturam). A Sandy pode ser até chata, mas no auge de seu reinado era santinha, pura e sempre bem vestida mesmo com roupas caretas. A Pitty de hoje, mesmo vestida como a noiva do Chucky, possui canções que falam sobre independência, atitude, responsabilidade… mas tudo caretinha. Facilita muito a vida de pai de adolescente, como eu.

Aí me deparo com os idiotas da Banda NX Zero, igualmente reverenciada por adolescentes. Além de uma música MUITO ruim, esses EMOS tupiniquins são liderados pelo vocalista Di Ferrero, cujo comportamento estúpido no palco me dá cólicas.

No vídeo do show da banda NX Zero que apresento logo abaixo, o vocalista Di Ferrero manda os adolescentes o assistem tomarem naquele lugar e ainda chuta um repórter nos bastidores. Adolescentes que pagaram os ingressos com dinheiro dos pais. 

 

 

Aí o pessoal na televisão fica se perguntando nestes programas do canal Futura porque os adolescentes de hoje são tão revoltados, tão sem educação, tão idiotas. Culpa dos pais? É uma competição injusta: educamos em casa, esses pseudo-ídolos estragam lá fora.

Achado neste artigo do xará Slonik.

O Orgulho Mineiro e as longas estradas da vida

pão de queijo

Minas Gerais sempre esteve presente na minha vida, tanto para o bem quanto para o mal. Seja pelos parentes distantes perdidos por lá que sempre mandavam docinhos e quitutes mineiros pro Rio, seja pelas longas temporadas de trabalho que fui obrigado a passar naquele Estado.

E para quem não sabe, Minas fica exatamente no meio da viagem de carro entre Brasília e o Rio de Janeiro. Das longas 14 horas dirigindo, 10 horas são em solo mineiro. Só neste mês de Julho, fiz este trajeto 4 vezes. Fazendo as contas, foram 40 horas involuntárias na terra da cachaça e do come-quieto.

Durante a viagem é difícil não dar uma paradinha nas inúmeras lanchonetes dos postos de gasolina pelo caminho. Como também não é difícil, com um ouvido atento, ouvir “causos” e histórias pitorescas entre um pão de queijo e outro.

Essa aí debaixo ouvi de dois moleques que conversavam atrás de mim. E o cara jura que é verdade.

Durante escavações nos EUA, arqueólogos descobriram, à 100 m de profundidade, vestígios de fios de cobre que datavam do ano 1000 DC. Os americanos concluíram que seus antepassados apaches e cherokees já dispunham de uma rede telefônica naquela época.

Os argentinos, para não ficarem para trás, escavaram também seu subsolo, encontrando restos de fibras ópticas a 200 m de profundidade. Após minuciosas análises, concluíram que elas tinham a idade de Cristo. Os argentinos concluíram, triunfantes, que seus antepassados já dispunham de uma rede digital a base de fibra óptica quando Jesus nasceu!

Uma semana depois, lá em Belo Horizonte, foi publicado o seguinte anúncio: Após escavações arqueológicas no subsolo de Contagem, Betim, Barbacena, Formiga, Juiz de Fora, Varginha, Poços de Caldas, Itajubá, Lagoa Dourada e São João del Rei, Vis do Rio Branco, Ouro Preto e diversas outras cidades mineiras, até uma profundidade de 500 metros, os cientistas Mineiros não encontraram absolutamente nada. Assim se conclui que os antigos Mineiros já dispunham há mais de 5.000 anos de uma rede de comunicações sem-fio: WIRELESS.

Por isso se pronuncia “uai’re less“.

Então tá!

Como o marketing influencia as crianças

Crainça_TV
Tenha medo… muito medo!

Desde o fim do ano passado estou morando em um apartamento, pela primeira vez na vida. Sempre morei em casa. Achava uma grande vantagem ter quintal, poder andar pela casa de cueca sem ninguém encher o saco e chamar a galera pro churrasco até altas horas. Mas até que a adaptação está sendo sem problemas, apesar de ter que conviver com vizinhos 24 horas por dia.

Aqui no prédio tem muitas crianças. Minhas filhas adoram, principalmente a menor de 8 anos. E pelo nosso jeito carioca de ser, a porta do apartamento vive escancarada. A molecada entra e sai o tempo todo, parece uma creche. Mas a ordem aqui manter sempre a porta dos quartos aberta, pra evitar sabe-se lá o que. Posso não estar vendo o que acontece, mas escuto tudo.

Daí que numa dessas reuniões da creche aqui do meu lado, no quarto da minha filha mais nova, ela e um amiguinho um pouco mais novo estavam conversando sobre o aniversário de uma outra amiga:

– Sabe o que a fulana vai pedir de aniversário? – pergunta o amiguinho.
– Acho que ela vai pedir um jogo de computador. Sei lá! – dá de ombros minha filha.
– Se fosse ela eu pedia um O.B.!
– O.B.? O que é isso?
– Sei não… mas na televisão dizem que com O.B. a gente pode ir a
praia todos os dias, andar de bicicleta, andar a cavalo, dançar, ir ao
clube, correr, fazer um montão de coisas legais, e o melhor… SEM QUE
NINGUÉM PERCEBA.

Peguei o moleque na hora, e levei pra mãe.

E, a partir de hoje, televisão está proibida aqui em casa após às 8 da noite.

O Carioca está de cara nova

Logo_Carioca_Antigo
Esse Frankestein já não me pertence mais…

Há algum tempo eu vinha matutando sobre algumas mudanças gráficas aqui no Carioca. Queria deixa-lo com uma cara mais simpática, irreverente, valorizar mais o texto e facilitar a leitura. Juro que tentei fazer sozinho. Resultado: um monte de Frankesteins que daria pra montar um campeonato inteiro de futebol. E com reservas.

Como sou um cara de inteligência acima da média, apesar não não conseguir desenhar um círculo nem com um compasso, resolvi entregar esta tarefa a profissionais de grande talento: a dupla Sampson Moreira e Felipe Alves.

O Sampson, editor no InovaVox, foi o responsável pelo layout, pela logo e a nova identidade visual do Carioca. Além de brilhante, o cara é nota 10 no quesito comprometimento.

O Felipe é um cartunista, caricaturista e desenhista de extraordinário talento que me brindou com o mascote Surfista Malandro do Cerrado (meu verdadeiro alter-ego). Visite o Blog do Felipe e conheça o trabalho do rapaz. Surpreendente!

Quanto eu gastei? Muito, muito menos do que esperava.

E aí? Gostaram do upgrade?

Hoje é 4 de abril. E daí?

Daí que hoje é dia de São Isidoro, padroeiro da Internet,  e hoje também se comemora o dia do Parkisoniano. Mais que isso, em 4 de abril 1955 Juscelino Kubitschek propôs a mudança da capital do Rio para o Planalto Central.

E o que mais? Teve uma galera morrendo em 4 de abril: Assis Chateaubriand, Monteiro Lobato, Martin Luther King, Pepê e até Tommaso Buscetta morreram neste dia. Mas teve também muita gente nascendo em 4 de Abril: O Palhaço Torresmo, Cazuza e Anthony Perkins. Só gente boa!

Além do que 4 de abril é o meu aniversário. Parabéns, Raphael!

Então, por que não deixa aí pra mim uma mensagem de aniversário nos comentários?

Caneca Ecológica: como reciclar uma garrafa PET

Minha filha mais velha fez um trabalho para o colégio sobre reciclagem de materiais. Uma das tarefas seria conseguir a divulgação em um veículo de comunicação. Então, caros leitores, é com muita honra que apresento a Caneca Ecológica – feita a partir da reciclagem de uma garrafa PET. Pode ser de refrigerante, água, suco, qualquer uma que seja resistente.

Aprenda, então, o passo-a-passo da reciclagem e construa sua própria caneca:

Fotos e Arte por Thábata Ladeira, aluna do sétimo ano do ensino fundamental.

Passo 1
Escolha uma garrafa PET, de preferência de 1 litro e bem resistente e lave-a bem.

Passo_1

Passo 2
Corte uns 9 cm de baixo para cima, sem cortar totalmente a circunferência

Passo_2

Passo 3
Corte os cantos da garrafa de baixo para cima, de forma com não chegue na parte do bico da garrafa

Passo_3

Passo 4
Corte a parte de cima de forma com que não chegue ao bico da garrafa

Passo_4

Passo 5
Encaixe a parte de cima com a parte de baixo passando por trás

Passo_5

Passo 6
Agora é só usar!

Passo_6

Páscoa: Cristo, ovos de chocolate e uma boa vontade do cacete!

_pascoa
Um ovo, dois ovos, três ovos… pra mim!

Esse negócio de Páscoa é uma merda. Nunca entendi direito essa coisa de ovo de chocolate com ressurreição de Cristo. Quer dizer que o cara morre, ressuscita, e a gente comemora distribuindo ovos de chocolate que vêm do rabo de um coelho? É coisa de maluco, não é?

Estava conversando com um amigo meu sobre esse assunto. No que o malandro me relata uma conversa que teve com o filho, tentando entender essa coisa de Páscoa, morte, Jesus Cristo, Judas e chocolate.

– Pai, o que é a Páscoa?
– Ora, Páscoa é… bem… é uma festa religiosa!
– Igual ao Natal?
– É parecido. Só que no Natal comemora-se o nascimento de Jesus, e na Páscoa, se não me engano, comemora-se a sua ressurreição.
– Ressurreição?
– É, ressurreição. Maria, vem cá!
– Sim?
– Explica a esta criança o que é ressurreição para eu poder ler o meu jornal descansado.
– Bom, meu filho, ressurreição é tornar a viver após ter morrido. Foi o que aconteceu com Jesus, três dias depois de ter sido crucificado. Ele ressuscitou e subiu aos céus. Entendido?
– Mais ou menos… … Mãe, Jesus era um coelho?
– Que é isso menino? Não me diga uma coisa destas! Coelho! Jesus Cristo é o Pai do Céu! Nem parece que este menino foi baptizado! Jorge,este menino não pode crescer assim, sem ir à missa pelo menos aos domingos. Até parece que não lhe demos uma educação cristã! Já pensaste se ele diz uma asneira destas na escola? Deus me perdoe! Amanhã vou matricular esta criança na catequese!
– Mãe, mas o Pai do Céu não é Deus?
– É filho, Jesus e Deus são a mesma coisa. Vai estudar isso na catequese. É a Trindade. Deus é Pai, Filho e Espírito Santo.
– O Espírito Santo também é Deus?
– É sim.
– E Fátima?
– Sacrilégio!
– É por isso que no mapa fica o Espírito Santo?
– Não é o Estado Espírito Santo que fica no mapa, meu filho. É o Espírito Santo de Deus. É uma coisa muito complicada, nem a mãe entende muito bem, para falar a verdade nem ninguém, nem quem inventou esta asneira a compreende. Mas se perguntar à catequista ela explica muito bem!
– Bom, se Jesus não é um coelho, quem é o coelho da Páscoa?
– (gritando) Eu sei lá! É uma tradição. É igual ao Papai Noel, só que em vez de presentes, ele traz ovinhos.
– O coelho põe ovos?
– Chega! Deixa-me ir fazer o almoço que eu não aguento mais!
– Pai, não era melhor que fosse galinha da Páscoa?
– Era, era melhor, ou então peru.
– Pai, Jesus nasceu no dia 25 de Dezembro, não é? Que dia que ele morreu?
– Isso eu sei: na sexta-feira santa.
– Que dia e que mês?
– Sabe que eu nunca pensei nisso? Eu só aprendi que ele morreu na sexta-feira santa e ressuscitou três dias depois, no sábado de aleluia.
– Um dia depois portanto!
– (gritando) Não, filho – três dias!
– Então morreu na quarta-feira.
– Não! Morreu na sexta-feira santa… ou terá sido na quarta-feira de cinzas? Ah, moleque, já me confundiste! Morreu na sexta-feira e ressuscitou no sábado, três dias depois!
– Como!? Como!?
– Pergunte à sua professora da catequese!
– Pai, então por que amarraram um monte de bonecos de pano na rua?
– É que hoje é sábado de aleluia, e aqui no bairro vão fingir bater em Judas. Judas foi o apóstolo que traiu Jesus.
– O Judas traiu Jesus no sábado?
– Claro que não! Se ele morreu na sexta!!!
– Então por que eles não lhe batem no dia certo?
– É, boa pergunta.
– Pai, qual era o sobrenome de Jesus?
– Cristo. Jesus Cristo.
– Só?
– Que eu saiba sim, por quê?
– Não sei não, mas tenho um palpite de que o nome dele tinha no apelido Coelho. Só assim esta coisa do coelho da Páscoa faz sentido, não acha?
– Coitada!
– Coitada de quem?
– Da tua professora de catequese!!!

Só me resta desejar a todos um boa Páscoa. Com ou sem chocolate, e uma boa surra em Judas (se é que me entendem)!

Incidente no metrô

Estação do Metrô
Tem coisas que só acontecem no metrô…

Eu não lembro se já cheguei a comentar por aqui que o Metrô de Brasília é uma piada: leva do nada para lugar algum. Simplesmente não dá pra usar como meio de transporte público e funcional. As estações são em pontos nada estratégicos, fazendo que com que o pobre-coitado do usuário prefira ir andando pro trabalho. Tanto que um colega paulista exclamou certa vez ao ver a maravilha tecnológica percorrendo os trilhos ao lado do shopping, tal seu diminuto tamanho: “Pô… que legal! Tem até trem-fantasma por aqui!”

Bem, outro dia fui passear de Metrô e me deparei com o incidente que relato a seguir. Juro que é verdade! É claro que o desfecho não é tão interessante como algumas histórias de carnaval de certos malandros, mas não pude deixar contar a vocês.

Então segura a história:

Estava lá, todo contente no meu assento, quando vejo um anão escorregando pelo banco e um outro passageiro, solidário e bem vestido, recolocando o malandro de volta, no mesmo lugar. Como o Metrô estava um pouco cheio e não havia lugar para todos, alguns ficavam de pé. O anão, coitado, ficava de pé mesmo estando em um dos assentos. Talvez para poder enxergar melhor as estações.

Um tempinho depois, o anão voltou a escorregar e o mesmo passageiro voltou a colocá-lo no assento. Estava até achando interessante a solidariedade do passageiro se preocupando com o anão.

Só que o Metrô não parava de chacoalhar e o anão não parava de escorregar. Lá pela décima vez, o cara que estava de pé ficou puto da vida e encheu o saco de ficar sendo babá do sujeito desprovido de altura e bradou:

– Pô, camarada! Tá de sacanagem? Eu não me importo de te ajudar, mas será que você não consegue sentar-se direito? Já tá chato ficar te segurando…”

No que o anão responde, placidamente:

– Meu amigo, estou há mais de cinco estações tentando sair… mas o senhor não deixa!

E tenho dito!

Sacanagem no Carnaval. Com fotos.

Folia no carnaval
Folia no Carnaval. A multidão enlouquece!

O que é o Carnaval para você, caro amigo? Sol, cerveja, praia, bloco das piranhas, churrasco, pagode… pelo menos para mim. Principalmente pelo fato de que eu passo quase o ano inteiro sem ver sequer uma praia aqui no Cerrado, o Carnaval tornou-se um evento quase religioso. Me mando sempre pro Rio.

Só que neste ano o meu Carnaval foi só sacanagem, só putaria. E não foi no bom e velho sentido da palavra. Vamos aos fatos e fotos:

1 – Choveu pra caraléu!

Chuva no carnaval não dá!
Sacanagem de São Pedro no Carnaval. Chuva a rodo.

Chuva no Carnaval não rola, não combina. Este ano, foi chuva na cabeça quase todo o tempo. Nada de praia. Sem sunga, sem biquini, sem absolutamente nada. Pela foto da sacanagem de São Pedro dá para imaginar como foi o meu Carnaval. O malandro merecia mesmo era levar umas porradas.

Mas quem levou fui eu.

2 – Cacete na cara

Porrada no Carnaval
Vai encarar? Já levei uma porrada… tô anestesiado.

Depois de tomar umas cervejas nada como enfiar sozinho a porta do carro na cara e ficar com o nariz ferrado. Dê uma olhada na foto do acidente. Eu juro que vou começar a escrever uns artigos sobre “vou processar você!”.

Mas deixa eu explicar: o Fiat Palio 4 portas tem um erro de concepção colossal que projeta a porta do motorista na sua fuça quando se abre. Já sabendo disso, costumo desviar colocando a cabeça para trás. Mas como estava um pouco “distraído”, a porrada foi inevitável.

3 – Piranha velha e gorda

Bloco das Piranhas no Carnaval
Piranhas no Carnaval. Não dá pra resistir à sacanagem.

Sim, sim… o que cerveja demais e praia de menos fazem com um cara sério como eu! A foto acima mostra as piranhas prontas pra folia no Carnaval. Aquela ali de vestidinho rosa, velha e gorda sou eu. Até a molecada aderiu.

Concorrência desleal no carnaval
A inveja é uma merda…

Mas chato mesmo é enfrentar a concorrência. Desleal.

Estou ficando velho pra sair na balada

Noitada, na balada, saída, ir pro rock… seja lá que expressão queira usar, significa entrar numa boate (ou danceteria, ou casa de show), enfrentar filas gigantescas pra conseguir uma cerveja (cara!), ouvir umas músicas (ruins!) que mais parecem batuques na moleira, disputar espaço com adolescentes histéricos (e desmiolados!), ameaçar estes mesmos adolescentes que tentam mexer com sua mulher (esposa, pô!), enfrentar novamente uma fila pra pagar (caro!), chegar em casa acabado e dormir até babar.

Pista de Dança para velhos
Luz, câmera, ação! Cadê o malandro rodopiando?

Parece filme de terror? Quase. Acho que tô ficando velho para este tipo de programa: boate de adolescentes. Foi o que tentei fazer depois de muitos anos frequentando lugares que já não me pedem mais identidade na porta.

O alvo escolhido foi a boate The Ville, em Niterói. A incursão ocorreu durante minhas merecidas férias na cidade natal. Além de me aventurar em pescarias noturnas, fui convencido de que “ir pra balada” seria um programa legal.

Balada na boate The Ville - com Skol!
Eu tava lá mesmo. Só com muita Skol na cabeça pra aguentar.

Então, por favor caros baladeiros e amigos leitores: me ajudem a entender o que tem de legal e divertido nos acontecimentos a seguir.

Fila para entrar na fila

O camarada que inventou o sistema de pedir identidade para lhe conceder o direito de entrar na fila para mostrar novamente a identidade não deve ter mãe! Ou deve ser coisa da associação dos macacos-segurança-de-boate para garantir o emprego dessa galera. Neste ponto, eram três a conferir minha cara-crachá.

Fila para dar o nome para outra fila

Depois do direito concedido a entrar em mais uma fila, novamente tenho que mostrar a identidade, nova conferência cara-crachá realizada e meu nome devidamente apontado numa comanda. À mão. Neste ponto era uma desmiolada acompanhada de outro segurança fazendo o relato. E olha que ainda nem entrei pelos portões dourados da boate.

Fila para conferência da comanda e mais cara-crachá

Passando finalmente pelos portões dourados, encontro mais uma fila. Agora é pra pegar a comanda onde a desmiolada escreveu meu nome à mão, e mais uma conferência cara-crachá. Feito isso, meu RG, nome e número da comanda passa a ter registro em um sistema computadorizado. Ou seja, por que o imbecil lá na primeira fila já não faz esse troço? Ou talvez a própria desmiolada da primeira conferência?

The Ville. Agora que entrei, quero é curtir.
Tá na hora de curtir… cadê o cara da cerveja?

Ok, agora que entrei eu quero beber

Bem, mais fila. Dessa vez, percebo que cada ponto de venda de cerveja tem pelo menos duas pessoas: uma para te servir e marcar à caneta a comanda, e outra para digitar no computador a mesma coisa que o cara que te serviu acabou de fazer. Excelente, não é? Tem noção da quantidade de postos de trabalho desnecessários que foram criados? E das filas que se formam com este procedimento peculiar? É duro… por isso a Skol Longneck custa 5 reais.

Agora que consegui pegar a cerveja, quero dançar!

Beleza, vou dançar. Num cubículo com mais umas 100 pessoas. E com músicas que nem minha filha de 13 anos – e que ouve aquela droga de Jovem Pan todo dia – conhece. Não dá pra empolgar. E como agora devo mexer o corpo na batida maçante daquelas músicas? Acho que vou ficar parado, levantar o braço e balançar a cabeça pra frente e pra trás. Dá jeito, não dá?

Já bebi e já dancei. Agora, vou ao banheiro.

Num ambiente lotado de gente se balançando, tentar ir ao banheiro não é uma tarefa das mais fáceis. Reparei que, quando um cara quer passar atrás de você, antes dá uma batidinha complacente nas suas costas, manda um “desculpa aí”, gira o corpo um pouco pro lado e tão rápido quanto chegou tenta não encostar nas suas partes baixas e protegidas – o que invariavelmente acaba acontecendo, mas o corpo de lado minimiza o estrago. Só que a malandragem impera quando o sujeito quer passar por uma mulher. Fica parado, partes baixas salientes, e a pressa de mijar desaparece como que por encanto. Afastar essa papagaiada das costas de sua mulher é tarefa recorrente. E nada agradável.

Enchi o saco. Vou embora.

Depois de enfrentar filas para entrar e beber, lutar contra músicas alucinadas, se estranhar com a malandragem na sua mulher e lutar para ir ao banheiro, chegou a hora de pagar a conta. Devia ser fácil e rápido, não é? Esquece. Mais fila. Dessa vez única e indiana. E mais conferência cara-crachá. Talvez para garantir que você seja o mesmo babaca lá do início da noite. Só que com o saco muito mais inchado!

Tô fora!

Ofurô no navio
Daqui ninguém me tira… só se o navio afundar.

Meu negócio é esse aí de cima: ofurô no navio; garçóns me servindo; ser chamado de senhor; sem ninguém pra perturbar.

Será que estou ficando velho?