Escola do DF indenizará aluno por agressão

Os pais são responsáveis pela educação de seus filhos, mas as escolas são responsáveis pela integridade física de seus alunos. De acordo com esta premissa, o TJDFT condenou um colégio particular de Ceilândia (cidade satélite aqui do Distrito Federal) a pagar indenização de R$ 3 mil à família de um garoto que não parava de levar porrada dos colegas.

Violência na Escola

O moleque tinha apenas sete anos e estava na 2ª série do ensino fundamental. Ele ficou com medo de voltar à escola e teve deficiência de aprendizado, em conseqüência das agressões dos colegas.

Este fato demonstra que houve, no mínimo, descuido dos funcionários do colégio. Segundo a lei, “ao receber estudante menor, confiado ao estabelecimento de ensino da rede oficial ou particular, a escola é revestida do dever de guarda e preservação da integridade física do aluno”. Ou seja, é dever da escola zelar pelo aluno dentro do estabelecimento.

O pior é que a escola afirmou, no processo, que tomou medidas para contornar a situação, mas sem sucesso. As agressões se repetiram durante todo o ano de 2005. A presença constante de machucados foi confirmada por exame feito pelo IML de Brasília. Nas conclusões, a perícia apontou a existência de ferimentos nas mãos, olhos, boca e tórax do menor.

Na Constituição de 88 está escrito que a educação possui três objetivos básicos: o pleno desenvolvimento da pessoa, o preparo para o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho. A escola levou a multa por não conseguiu cumprir bem esses papéis, principalmente por não ter prevenido ou evitado os danos ao estudante.

Então já sabe: se o seu filho começar a sofrer agressões na escola, já pode recorrer a justiça.

E o Crack avança na sapucaí… abram alas!

Lenda, segundo o Houaiss, é um “mito popular de origem recente; uma tradição popular; uma fraude; uma mentira;”. Lá no Rio há anos escuto de que o crack é uma droga com penetração muito pequena, ou quase inexistente na cidade, por conta dos próprios traficantes. Isso porque ela mata muito rápido, então este “mercado” perde seus “consumidores” na mesma velocidade.

Crack é a droga dos pobres

Tudo mentira. O consumo de crack tem aumentado muito no Rio devido ao seu preço extremamente baixo e grande poder viciante, quando comparado às trouxinhas de maconha e papelotes de cocaína. E a faixa etária de consumidores só tem caído: a garotada tem guardado o dinheiro da merenda para comprar pedras de crack. Daí a tal Lenda de que os traficantes do Rio preferem vender maconha e cocaína do que o crack, impedindo sua entrada nas favelas. E pela primeira vez a polícia do Rio admite que o crack já está à venda em todas as boca-de-fumo das favelas cariocas.

Os traficantes do Rio parecem ter a mesma estratégia mercadológica das grandes redes de comercio varejista, e perceberam que vender produtos com preço mais baixo e qualidade superior aumenta seu mercado consumidor. Os efeitos do crack são devastadores: ele é tão alucinante e deixa o sujeito numa fissura tão grande, que o cara é capaz de fazer qualquer coisa para repetir a dose.

Como a merla, uma droga muito comum aqui no Distrito federal, o crack é conhecido como a droga dos pobres. É produzido toscamente a partir de folhas de coca esmagadas com querosene, ácido sulfúrico, éter, acetona e ácido clorídrico. Bastam três doses pro sujeito viciar. Mas o efeito é rápido: em dois minutos o cara já fica careta. Por isso a procura é enorme.

Problemas com drogas tem em qualquer cidade brasileira. Inclusive aqui em Brasília, com sua juventude hipócrita e sem propósitos. Mas no Rio é tudo muito mais complicado.

Eloa e Nayara: sequestro é culpa de quem?

A comoção pelo sequestro das meninas Eloa e Nayara e a condição frágil da saúde das garotas baleadas pelo criminoso Lindemberg Alves pegou o Brasil de surpresa. Só quem estava viajando nas últimas semanas não acompanhou o caso.


Foto da menina Eloa

Recebi o excelente texto, que publico abaixo na íntegra, numa tentativa de mostrar à sociedade quem é o verdadeiro culpado do sequestro de Eloa e Nayara.

Procura-se um culpado para o caso Eloá versus Lindemberg

Já participei de vários cenários de crises penitenciárias (embora tenham suas peculiaridades, mas cenários de crises se assemelham), onde tínhamos reféns e possíveis vítimas (termos técnicos com diferenças substanciais) para com a manutenção das vidas humanas envolvidas no cenário da crise.

A Doutrina de Gerenciamento de Crise adotada pelo Brasil recomenda que somente no último caso se deva fazer uma resolução tática da crise, sobretudo debelando o ponto critico com vista a salvar as vidas de todos os envolvidos. A ordem técnica é negociar, negociar e negociar…mesmo que isso demande bastante tempo (o suficiente para que a resolução seja pacimoniada com vidas salvas de todos os lados), mas este fator é fundamental para que o ânimus do (s) provocador (es) do evento crítico (pec), possa cair na real e se comece a dar sinais de racionalidade da irracionalidade externada, afora os pontos correlatos a cansaços físicos, fome etc como estratégias intermediárias.

E mais: mesmo que dure mais dias, pois isso também ajuda a estabelecer a famosa síndrome de Estocolmo nas pessoas dos reféns e/ou vítimas. O que, poderá, de alguma forma facilitar nas negociações já que o pec e suas “garras” passam a se verem como iguais diante do quadro estabelecido.

É evidente que crucialmente o isolamento do ponto crítico, passa a ser 99% da resolução do conflito, sobretudo em evitar qualquer forma que se crie palco ou palcos para o (s) provocador (es) de evento, de forma que o vazio diante do quadro procura, o pec, profundamente valorizar quem esteja na qualidade de refém, justamente para que ele saísse da situação criada imune a uma eventual ação policial, dentre outras razões. O que, diante do caso acima, vimos que tão logo o Lindemberg se vira diante de entrevistas em rede Nacional, formou-se, irresponsavelmente, verdadeiros palcos de “sucessos” e “outras” garantias para que ele arriscasse e pusesse em prática seu macabro plano de vingança inconsciente de destruir sua doente paixão recolhida e rejeitada pela Eloá.

O certo é que não se tem exatidão para com a resolução do evento, pois, nada no cenário sugere o uso de uma lógica mecanizada ou instrumentalizada, mas de produtos de inúmeras subjetividades a serem em tempo recorde interpretadas pelo negociador ou quem estiver fazendo sua vez, daí, as incertezas dos resultados. E os perigos latentes.

Aos desavisados, desinformados e irrealistas, é precisam saber que, por mais preparado que estejam os policiais que farão parte do Gerenciamento da Crise, todos, sem exceção, passam por inúmeras pressões mediante cobranças internas e externas, muitas vezes de oportunistas de plantão, cujo sucesso basicamente está vinculado a interesses de ordem pessoal em detrimento do coletivo, notadamente das próprias vidas que ali estão em jogo de resolução como espetáculo para um “grande noticiário para o dia seguinte”.

Tive a sorte, coragem e muita fé em Deus nos 10 (dez) casos de gerenciamentos realizados aqui no Maranhão, mas, a cada um que se passou em minha vida profissional, praticamente um pedaço de mim, e acredito, dos colegas que me auxiliaram e tinham consciências do compromisso com as vidas de todos que estavam fazendo parte dos cenários “administrados”, ficaram nos locais e em nossos subconscientes por eternas lembranças que, tão pouco se apagarão as horas e/ou os dias vividos de tantas tensões passada.

Portanto, apontar erros de forma destrutiva para se arranjar um culpado, é simplesmente desencorajar todos aqueles que, de uma forma ou doutra, sempre estará em prontidão para incertos e inúmeros outros casos que poderão suscitar numa sociedade extremamente criminógena e doente como a nossa, ou seja, a Polícia como um todo.

Há de se rezar pela Eloá, sua coleguinha, pelos seus familiares, pelos policiais que participaram do evento acontecido, e até mesmo pelo Lindemberg que, dentro da irracionalidade humana externada, mostrou-nos que somos todos caixas de surpresa, sobretudo porque conduzimos o germe da irracionalidade adormecida em todos nós.Assim, acredito ainda que deixaríamos a hipocrisia de se ver mais uma vez nesse imenso Brasil, a procura desenfreada dos culpados no desfecho nefasto ocorrido na situação acima.De maneira que, de um forma sistêmica (e não passional), se quisermos realmente procurar culpados, tenhamos a autenticidade de simplesmente antes de tudo,nos olharmos diante de um espelho, facilmente encontraremos o culpado maior: todos nós mesmos que fazemos e compomos a sociedade pós-moderna que trás consigo suas agudas formas de expressões irracionais!!!

Por Sebastião Uchoa
Delegado de Polícia Civil no Maranhão
Email: [email protected]

O perfil do Orkut das meninas continua ativo:

Perfil do Orkut de Eloa:
http://www.orkut.com.br/Main#Profile.asp x?uid=6378834505363002726

Perfil do Orkut de Nayara:
http://www.orkut.com.br/Main#Profile.asp x?uid=13084729059006923702

Clique aqui para rezar e orar pela saúde das meninas Eloa e Nayara

Eloa morreu? Nayara morreu? Não, mas sequestro acabou mal.

Fim do sequestro: O sequestro de Eloa e Nayara acabou. A menina Eloa, vítima do sequestrador Lindemberg Alves não morreu, mas está em estado grave no hospital. Levou um tiro na cabeça, outro tiro na virilha, perdeu um pedaço do cérebro e está em coma.

Clique aqui para rezar e orar por Eloa e Nayara.

Foto de Eloa e Nayara
Foto de Eloa e Nayara

Nayara levou um tiro na boca. Os pais dessa menina devem estar muito mal, já que deixaram a coitada voltar para o apartamento em Santo André – onde estavam sequestradas – depois de ter sido libertada.

Foto do sequestrador Lindemberg Alves
Foto do sequestrador Lindemberg Alves sendo preso

O sequestrador Lindemberg Alves foi preso.

E nós ainda estamos aqui, acompanhando tudo como num grande reality show, grudados na televisão. Não aprendemos nada com a história da Isabela Nardoni. Continuamos querendo ver sangue, tragédia, desgraça. Continuamos curiosos, querendo ver fotos do sequestrador Lindemberg, fotos da Nayara, fotos da Eloa, perfil do Orkut de Eloa e Nayara, como se neles a catarse de vidas sem sentido pousassem como o Redentor.

E que venha a polícia.

Orkut de Eloa, sequestro de Santo André e uma palmada nos pais

Desde a última segunda-feira, o sequestrador Lindemberg Fernandes Alves mantém a adolescente Eloa Cristina Pimentel da Silva, sua ex-namorada, refém em seu apartamento em Santo André, em São Paulo. O motivo foi tosco: scraps de um amigo no Orkut da menina fizeram o malandro ter ciúmes e ela acabou com o namoro.

Veja o perfil de Eloa no Orkut, refém do sequestro de Santo André:
http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?uid=6378834505363002726

Sequestro Santo André - Foto Eloa e Nayara
Foto de Eloá, do sequestro de Santo André

Mas sabem de uma coisa? A culpa é dos pais, da menina e do sequestrador. Essa bosta de Orkut é uma praga que precisa de monitoramento constante. É muito fácil para os adolescentes de hoje criarem seus perfis no Orkut e daí montar seu próprio universo paralelo.

Um cara com o comportamento desse sequestrador já devia apresentar características de desvio de conduta no seu Orkut. E uma tragédia como essa do sequestro de Santo André poderia ser, pelo menos, antecipada.

Então, caríssimos pais de adolescentes, como eu: monitore e acompanhe de perto o mundo virtual de seus filhos.

Clique aqui para rezar por Eloa e Nayara

Via: O BLOGO

Ah! Que saudades da AR-15, da AK-47, da 9 milímetros…

Quando viva no Rio, estive em situações peculiares ao bom carioca. Já fui assaltado uma penca de vezes, no carro, em casa, na rua, no ônibus. Até que certa vez me confundiram com o gerente de uma farmácia, enquanto comprava fraldas. Sem brincadeira, tentar argumentar com um trabuco na sua testa sem molhar as calças não é tarefa pra qualquer um. Antes mesmo do malandro enfiar o cano na minha cabeça, eu já sabia. Era uma pistola 9mm cano longo. Prateada. O som é seco e sem eco. Faz um estrago do cacete.

Eu já estava começando a me preocupar com este tipo de conhecimento específico adquirido.  Já sabia reconhecer a diferença do som de fogos, bombinhas, tiros de metralhadora, semi-automáticas, pistolas, granadas. Mesmo quando todos eles explodiam ao mesmo tempo, numa profusão de dedos nervoso.

Me senti um perfeito carioca ao ver a pesquisa elaborada pelo Instituto de Medicina Social da UERJ, informando que nada menos do que 70% dos cariocas costumam ouvir, pelo menos às vezes, disparos de armas de fogo. Sendo que mais de 30% os ouvem sempre. E tem mais: a grande maioria reconhece até o tipo de arma utilizada.

Pombas! Isso lá é jeito de viver? Sabe quantas vezes ouvi um disparo nestes quase 12 meses que estou aqui em Brasília? Nenhuma. E quantas armas eu vi nas ruas fora das mãos de policiais? Nenhuma!

Não é que a violência não exista aqui no cerrado, nem tampouco tenha migrado para outro canto de mais fácil expansão. É que no Rio, a violência é atrofiante e claustrofóbica.

Fonte: Terra e BandNews