Feliz ano-novo. Simples assim.

É isso aí, pessoal. Faltam poucas horas para darmos adeus à 2008, e continuar a vida em 2009. A véspera de ano-novo sempre me deixa mais alegre, mais confiante. E eu gosto de estar alegre.

Queima de Fogos de Copacabana

Então, para fechar 2008 com chave de ouro, gostaria de agradecer à você, que teve paciência e perseverança para acompanhar meu mau-humor e as grandes bobagens que escrevi aqui ao longo deste ano. Em números, foram:

  • Mais de 100 artigos escritos;
  • Mais de 1200 comentários deixados por vocês;
  • Muitas horas de sono perdidas;
  • Umas trocentas broncas de vocês que absorvi sorrindo;

Aguarde e confie: em 2009, vocês verão muitas novidades aqui no Carioca. Não desistam. E agora me deixem seguir a vida… minha Absolut está sendo afogada pelo gelo.

Feliz ano novo!

Escola do DF indenizará aluno por agressão

Os pais são responsáveis pela educação de seus filhos, mas as escolas são responsáveis pela integridade física de seus alunos. De acordo com esta premissa, o TJDFT condenou um colégio particular de Ceilândia (cidade satélite aqui do Distrito Federal) a pagar indenização de R$ 3 mil à família de um garoto que não parava de levar porrada dos colegas.

Violência na Escola

O moleque tinha apenas sete anos e estava na 2ª série do ensino fundamental. Ele ficou com medo de voltar à escola e teve deficiência de aprendizado, em conseqüência das agressões dos colegas.

Este fato demonstra que houve, no mínimo, descuido dos funcionários do colégio. Segundo a lei, “ao receber estudante menor, confiado ao estabelecimento de ensino da rede oficial ou particular, a escola é revestida do dever de guarda e preservação da integridade física do aluno”. Ou seja, é dever da escola zelar pelo aluno dentro do estabelecimento.

O pior é que a escola afirmou, no processo, que tomou medidas para contornar a situação, mas sem sucesso. As agressões se repetiram durante todo o ano de 2005. A presença constante de machucados foi confirmada por exame feito pelo IML de Brasília. Nas conclusões, a perícia apontou a existência de ferimentos nas mãos, olhos, boca e tórax do menor.

Na Constituição de 88 está escrito que a educação possui três objetivos básicos: o pleno desenvolvimento da pessoa, o preparo para o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho. A escola levou a multa por não conseguiu cumprir bem esses papéis, principalmente por não ter prevenido ou evitado os danos ao estudante.

Então já sabe: se o seu filho começar a sofrer agressões na escola, já pode recorrer a justiça.

Axé católico. Juventude no beleléu.

Eu pensei que já havia visto de tudo nessa vida que levo sem Jesus no coração. Mas não há limites para a pregação divina, seja de católicos, evangélicos, carismáticos, ou o diabo a quatro.

Dá para levar a sério aberrações como o que aparece no vídeo aí debaixo?


Vídeo: Jake canta “Pó pará com pó”.

Não dá. Não casa. Me irrita. Não é só pela música, nem tampouco pela temática religiosa. É o conjunto da coisa. É MUITO esquisito.

Dizem até que é um recado para o Fábio Assunção. Quem sabe?

A culpa é sempre dos pais

Culpa sua. Minha culpa. Não interessa: em se tratando de educação infantil, a responsabilidade é dos pais. Eu nunca escondi minha opinião quanto ao assunto, e não canso de receber porrada de vocês.

Para começo de conversa, assistam o vídeo abaixo:

Agora me digam: de quem é a culpa da menininha ter levado um chute na cara? Do moleque rodopiando ou dos pais que largaram a coitada perambulando por aí?

Brincadeiras à parte, toda vez que escrevo sobre o assunto – geralmente com crianças e adolescentes colocadas em situações pouco inteligentes -, recebo uma enxurrada de comentários irados e mal-educados.

No caso do sequestro da Eloa, eu disse que a culpa era dos pais que deixaram uma menina de 12 namorar um cara de 18, além de não ter qualquer controle e monitoramento sobre o que a menina fazia no Orkut. Resultado:

ahh cala boca palhaço! nao sabe oq ta falando! troxa.. no orkut todo mundo é maxo.. nao existe forma de avaliar a comportamento da pessoa na real via orkut

Em outro artigo, um bando de jovens reunidos no meio da tarde em frente ao congresso nacional protestavam a favor da legalização da maconha. Claro, a culpa é dos pais por dois motivos: primeiro, por não ter dado a orientação correta à molecada; segundo, por permitir a sua participação neste tipo de evento. O que recebo:

Olha amigo!!!Falta de porrada nos pais?Foi isso q voce escreveu?Então voce não tem pais,ou os seus lhe ensinaram a ser assim tão mau educado?Pq qualquer idiota sabe q os pais muitas vezes não sabem o q os filhos fazem.E os jovens tem o direito de fazer suas manifestações,assim como os mais velhos.O unico imbecil desocupado aqui pra mim é voce!!

E mais:

Olha amigo!!!Falta de porrada nos pais?Foi isso q voce escreveu?Então voce não tem pais,ou os seus lhe ensinaram a ser assim tão mau educado?Pq qualquer idiota sabe q os pais muitas vezes não sabem o q os filhos fazem.E os jovens tem o direito de fazer suas manifestações,assim como os mais velhos.O unico imbecil desocupado aqui pra mim é voce!!

E ainda tem o caso da banda NX Zero que resolveu xingar os adolescentes no palco – os mesmos que compraram os ingressos com o dinheiro dos pais. Neste caso, fui solidário aos pais que educam em casa mas vai tudo pelo ralo na rua. Mais porrada:

Seus bando de idiotas!!Vcs n se enchergam??O nx é uma spr banda e merece respeito, se eles n fossem tao bons, n iriam ganhar um monte de premio revelação!!E nem td adolescente é emo ou revoltado!Vc nunca teve infancia n?As vzs a epoca muda e os velhos tem q se modernizar!Vcs tem prazer de chingar o pessoal!Deixa de ser infantil, ate msm as criancinhas de 4 aninhos estao mais maduras q vc!Se encherga, e vai fzr outra coisa melhor do que esculaxar os outros!Isso vai te fzr bem, deixa de ser invejoso,oks?

Eu sou pai de duas meninas, uma adolescente. Falo com autoridade e propriedade, e não fugi também das responsabilidades. Mas quem está na chuva é para se molhar. Não é mesmo?

E o Crack avança na sapucaí… abram alas!

Lenda, segundo o Houaiss, é um “mito popular de origem recente; uma tradição popular; uma fraude; uma mentira;”. Lá no Rio há anos escuto de que o crack é uma droga com penetração muito pequena, ou quase inexistente na cidade, por conta dos próprios traficantes. Isso porque ela mata muito rápido, então este “mercado” perde seus “consumidores” na mesma velocidade.

Crack é a droga dos pobres

Tudo mentira. O consumo de crack tem aumentado muito no Rio devido ao seu preço extremamente baixo e grande poder viciante, quando comparado às trouxinhas de maconha e papelotes de cocaína. E a faixa etária de consumidores só tem caído: a garotada tem guardado o dinheiro da merenda para comprar pedras de crack. Daí a tal Lenda de que os traficantes do Rio preferem vender maconha e cocaína do que o crack, impedindo sua entrada nas favelas. E pela primeira vez a polícia do Rio admite que o crack já está à venda em todas as boca-de-fumo das favelas cariocas.

Os traficantes do Rio parecem ter a mesma estratégia mercadológica das grandes redes de comercio varejista, e perceberam que vender produtos com preço mais baixo e qualidade superior aumenta seu mercado consumidor. Os efeitos do crack são devastadores: ele é tão alucinante e deixa o sujeito numa fissura tão grande, que o cara é capaz de fazer qualquer coisa para repetir a dose.

Como a merla, uma droga muito comum aqui no Distrito federal, o crack é conhecido como a droga dos pobres. É produzido toscamente a partir de folhas de coca esmagadas com querosene, ácido sulfúrico, éter, acetona e ácido clorídrico. Bastam três doses pro sujeito viciar. Mas o efeito é rápido: em dois minutos o cara já fica careta. Por isso a procura é enorme.

Problemas com drogas tem em qualquer cidade brasileira. Inclusive aqui em Brasília, com sua juventude hipócrita e sem propósitos. Mas no Rio é tudo muito mais complicado.

A vitória de Barack Obama é o fim da intolerância?

Barack Obama ganhou as eleições americanas. Foi eleito o 44º presidente dos Estados Unidos. No seu discurso da vitória, o ex-senador democrata disse que a “hora da mudança chegou à América”.

Barack Obama

Daí que eu lembrei uma pequena história que me contaram:

Obama morreu. Chegando no céu deu de cara com São Pedro, o guardião dos portões sagrados e recepcionista oficial de Sua Santidade. Olhando para aquele homem negro, magro, com cara de bonzinho, São Pedro com a lista na mão pergunta:

– Quem é você que planeja entrar pelos portões do céu?

– Meu nome é Barack Obama, São Pedro. Tenho origem pobre, sobrenome não muito confiável, e sou o primeiro presidente negro eleito nos Estados Unidos.

– Mas não te encontro na lista, meu filho! Quando foi isso?

– Há cerca de 20 minutos.

Já se passaram algumas horas desde o anúncio de sua vitória. Barack Obama já apareceu em público e fez o seu discurso para milhares de pessoas. É o fim da intolerância? Do racismo? Da segregação racial que – na teoria – foi abolida há mais de 50 anos dos Estados Unidos?

Bem, se eu fosse o Obama ficava quieto no meu canto por algum tempo.

FutureCom e a desgraça paulista

Estou em São Paulo por estes dias para a FutureCom 2008. Eu não gosto muito dessa cidade, mas tenho que admitir que em nenhum outro lugar o clima cosmopolita é tão impressionantemente forte como aqui. Desde a paisagem de concreto até o andar apressado das pessoas. Tudo é diferente.

Novotel Morumbi em São Paulo

Eu sei que estou em São Paulo quando:

  1. Olho pro céu e não vejo o céu;
  2. O taxista só sabe falar mal da Marta (aquela desgraçada!) e bem do Kassab (é viado mas ajudou a classe!)
  3. O taxista precisa olhar num guia onde fica meu hotel (qual o nome da rua mesmo?);
  4. Levo 2 horas para percorrer 20 Km (pensei que fosse levar só 20 minutos, carioca!)
  5. O checkin do hotel leva 2 minutos (é só passar o cartão fidelidade, senhor!);
  6. O sotaque da atendente do balcão me irrita;
  7. O elevador do hotel pede que insira o cartão do seu quarto (senão paga mico com a porta fechada, como eu);
  8. Chego no quarto e já tenho a minha camisa passada, que pedi no checkin;
  9. A TV do quarto de hotel é grande e de LCD;
  10. Tem os canais Telecine na TV do quarto;
  11. A Internet no quarto custa 6 reais o minuto;
  12. Peço um pedaço de pudim que não comi no jantar e ganho quase o pudim inteiro;
  13. Não vejo a hora de voltar pra casa;

Prometo que amanhã falo e divulgo minhas fotos sobre FutureCom. Hoje minha cota paulista já deu!

Não se faz política no Brasil. Apenas eleição.

No próximo domingo, além das eleições municipais temos também o aniversário da Constituição da República do Brasil, que fará 20 anos desde a sua promulgação em 1988. E junto com ela, a tão festejada e desejada democracia caminha ao lado por igual período de tempo.

Democracia

Mas essa coincidência histórica traz alguns fatos que não se encaixam muito bem: por uma lado, temos uma carta constitucional que é uma das mais avançadas do mundo em termos de direitos e garantias individuais, e o país avançou muito nestas duas últimas décadas tendo a constituição como alavanca; mas repare que a política continua sendo feita seguindo a velha cartilha do início do século passado, sem qualquer avanço.

E essa estagnação política distancia cada vez mais os políticos da sociedade civil. O vácuo criado entre cidadãos e governantes faz com que a gente olhe os políticos com uma má-vontade repugnante; e estes, por viver das muitas benesses e mordomias do Estado, sentem-se cada vez menos obrigados a dar satisfações à sociedade e mais a este Estado que lhe presta tantos favores.

O Brasil é um dos únicos países do mundo que ainda conta com o atraso do voto obrigatório. E pior, com um sistema eleitoral que deforma consistentemente a representação popular nas urnas: o sujeito pensa que vota em um nome, mas está votando num partido. Vota em fulano, mas elege sicrano e beltrano. É o chamado Coeficiente Eleitoral.

Por isso não se faz política no Brasil, apenas eleição. Veja, por exemplo, as campanhas e propagandas eleitorais. Quais foram os temas genuinamente políticos que foram discutidos, apresentados, debatidos entre os candidatos e a sociedade? Eu respondo: nenhum. O que se viu foi um amontoado de frases feitas, denúncias, solavancos, desaforos entre candidatos, a guerra pela vitória na eleição. E a política verdadeira, aquela em que se propõe a melhoria e o avanço do país, ficou de lado.

Mas a culpa é nossa. Nós celebramos a esperteza. Quem age de forma correta é bobo, idiota. Por isso achamos que política se faz apenas em Brasília, que não somos responsáveis pelo regime, não nos damos conta que a manutenção da democracia é, acima de tudo, garantir a liberdade e participação ativa na decisões que impactam diretamente na nossa vida.

Então acho que já passou da hora de cobrarmos também o aperfeiçoamento da política. Está na hora de alguém conseguir mediar de forma eficiente e isenta os interesses da Política, do Estado e do Cidadão. Chega de decisões inúteis que levam em consideração apenas o bolso de quem governa. Se o barco vira, todos morrem afogados.

Política não deve ser feita apenas por prazer.

Incidente no metrô

Estação do Metrô
Tem coisas que só acontecem no metrô…

Eu não lembro se já cheguei a comentar por aqui que o Metrô de Brasília é uma piada: leva do nada para lugar algum. Simplesmente não dá pra usar como meio de transporte público e funcional. As estações são em pontos nada estratégicos, fazendo que com que o pobre-coitado do usuário prefira ir andando pro trabalho. Tanto que um colega paulista exclamou certa vez ao ver a maravilha tecnológica percorrendo os trilhos ao lado do shopping, tal seu diminuto tamanho: “Pô… que legal! Tem até trem-fantasma por aqui!”

Bem, outro dia fui passear de Metrô e me deparei com o incidente que relato a seguir. Juro que é verdade! É claro que o desfecho não é tão interessante como algumas histórias de carnaval de certos malandros, mas não pude deixar contar a vocês.

Então segura a história:

Estava lá, todo contente no meu assento, quando vejo um anão escorregando pelo banco e um outro passageiro, solidário e bem vestido, recolocando o malandro de volta, no mesmo lugar. Como o Metrô estava um pouco cheio e não havia lugar para todos, alguns ficavam de pé. O anão, coitado, ficava de pé mesmo estando em um dos assentos. Talvez para poder enxergar melhor as estações.

Um tempinho depois, o anão voltou a escorregar e o mesmo passageiro voltou a colocá-lo no assento. Estava até achando interessante a solidariedade do passageiro se preocupando com o anão.

Só que o Metrô não parava de chacoalhar e o anão não parava de escorregar. Lá pela décima vez, o cara que estava de pé ficou puto da vida e encheu o saco de ficar sendo babá do sujeito desprovido de altura e bradou:

– Pô, camarada! Tá de sacanagem? Eu não me importo de te ajudar, mas será que você não consegue sentar-se direito? Já tá chato ficar te segurando…”

No que o anão responde, placidamente:

– Meu amigo, estou há mais de cinco estações tentando sair… mas o senhor não deixa!

E tenho dito!

Estou ficando velho pra sair na balada

Noitada, na balada, saída, ir pro rock… seja lá que expressão queira usar, significa entrar numa boate (ou danceteria, ou casa de show), enfrentar filas gigantescas pra conseguir uma cerveja (cara!), ouvir umas músicas (ruins!) que mais parecem batuques na moleira, disputar espaço com adolescentes histéricos (e desmiolados!), ameaçar estes mesmos adolescentes que tentam mexer com sua mulher (esposa, pô!), enfrentar novamente uma fila pra pagar (caro!), chegar em casa acabado e dormir até babar.

Pista de Dança para velhos
Luz, câmera, ação! Cadê o malandro rodopiando?

Parece filme de terror? Quase. Acho que tô ficando velho para este tipo de programa: boate de adolescentes. Foi o que tentei fazer depois de muitos anos frequentando lugares que já não me pedem mais identidade na porta.

O alvo escolhido foi a boate The Ville, em Niterói. A incursão ocorreu durante minhas merecidas férias na cidade natal. Além de me aventurar em pescarias noturnas, fui convencido de que “ir pra balada” seria um programa legal.

Balada na boate The Ville - com Skol!
Eu tava lá mesmo. Só com muita Skol na cabeça pra aguentar.

Então, por favor caros baladeiros e amigos leitores: me ajudem a entender o que tem de legal e divertido nos acontecimentos a seguir.

Fila para entrar na fila

O camarada que inventou o sistema de pedir identidade para lhe conceder o direito de entrar na fila para mostrar novamente a identidade não deve ter mãe! Ou deve ser coisa da associação dos macacos-segurança-de-boate para garantir o emprego dessa galera. Neste ponto, eram três a conferir minha cara-crachá.

Fila para dar o nome para outra fila

Depois do direito concedido a entrar em mais uma fila, novamente tenho que mostrar a identidade, nova conferência cara-crachá realizada e meu nome devidamente apontado numa comanda. À mão. Neste ponto era uma desmiolada acompanhada de outro segurança fazendo o relato. E olha que ainda nem entrei pelos portões dourados da boate.

Fila para conferência da comanda e mais cara-crachá

Passando finalmente pelos portões dourados, encontro mais uma fila. Agora é pra pegar a comanda onde a desmiolada escreveu meu nome à mão, e mais uma conferência cara-crachá. Feito isso, meu RG, nome e número da comanda passa a ter registro em um sistema computadorizado. Ou seja, por que o imbecil lá na primeira fila já não faz esse troço? Ou talvez a própria desmiolada da primeira conferência?

The Ville. Agora que entrei, quero é curtir.
Tá na hora de curtir… cadê o cara da cerveja?

Ok, agora que entrei eu quero beber

Bem, mais fila. Dessa vez, percebo que cada ponto de venda de cerveja tem pelo menos duas pessoas: uma para te servir e marcar à caneta a comanda, e outra para digitar no computador a mesma coisa que o cara que te serviu acabou de fazer. Excelente, não é? Tem noção da quantidade de postos de trabalho desnecessários que foram criados? E das filas que se formam com este procedimento peculiar? É duro… por isso a Skol Longneck custa 5 reais.

Agora que consegui pegar a cerveja, quero dançar!

Beleza, vou dançar. Num cubículo com mais umas 100 pessoas. E com músicas que nem minha filha de 13 anos – e que ouve aquela droga de Jovem Pan todo dia – conhece. Não dá pra empolgar. E como agora devo mexer o corpo na batida maçante daquelas músicas? Acho que vou ficar parado, levantar o braço e balançar a cabeça pra frente e pra trás. Dá jeito, não dá?

Já bebi e já dancei. Agora, vou ao banheiro.

Num ambiente lotado de gente se balançando, tentar ir ao banheiro não é uma tarefa das mais fáceis. Reparei que, quando um cara quer passar atrás de você, antes dá uma batidinha complacente nas suas costas, manda um “desculpa aí”, gira o corpo um pouco pro lado e tão rápido quanto chegou tenta não encostar nas suas partes baixas e protegidas – o que invariavelmente acaba acontecendo, mas o corpo de lado minimiza o estrago. Só que a malandragem impera quando o sujeito quer passar por uma mulher. Fica parado, partes baixas salientes, e a pressa de mijar desaparece como que por encanto. Afastar essa papagaiada das costas de sua mulher é tarefa recorrente. E nada agradável.

Enchi o saco. Vou embora.

Depois de enfrentar filas para entrar e beber, lutar contra músicas alucinadas, se estranhar com a malandragem na sua mulher e lutar para ir ao banheiro, chegou a hora de pagar a conta. Devia ser fácil e rápido, não é? Esquece. Mais fila. Dessa vez única e indiana. E mais conferência cara-crachá. Talvez para garantir que você seja o mesmo babaca lá do início da noite. Só que com o saco muito mais inchado!

Tô fora!

Ofurô no navio
Daqui ninguém me tira… só se o navio afundar.

Meu negócio é esse aí de cima: ofurô no navio; garçóns me servindo; ser chamado de senhor; sem ninguém pra perturbar.

Será que estou ficando velho?